Cansada de não encontrar nenhum adversário a sua altura, resolveu zombar da tartaruga:
— O que você acha de competirmos em uma corrida até o outro lado da floresta?
A tartaruga, que tinha a fama de ser a mais lenta de todos os animais e não tinha nada a perder, disse:
— Aceito! O rio será o ponto de chegada.
A bicharada, espantada com a coragem da tartaruga, observava as gargalhadas da lebre, que, a princípio, não acreditou na resposta que ouvira.
Algumas horas depois, estavam as duas a postos para a competição. A raposa, convidada para ser a juíza da competição, deu a largada e, num piscar de olhos, já se via a lebre indo longe.
Em vez de desistir, a tartaruga manteve a calma e, em seus passos lentos, porém constantes, tartarugou rumo ao final do caminho.
A certa altura da prova, confiante em sua vitória, a lebre decidiu tirar uma soneca, pois sabia que a adversária demoraria para ultrapassá-la. E deitou-se ali mesmo, à beira do caminho.
A tartaruga demorou tanto que o sono da lebre foi ficando cada vez mais pesado e esta não conseguiu perceber o momento em que foi ultrapassada.
Ela só acordou com o rebuliço dos animais, que comemoravam a vitória da tartaruga. Vendo isso, saiu como um relâmpago, mas já era tarde demais. Apesar da agilidade nos passos, cruzou a linha de chegada depois da concorrente e ainda ganhou a fama de ser mais lenta que uma tartaruga.
Moral: A perseverança
é o segredo para a vitória.
Fábula de Esopo recontada por Marcos R. Morelli