segunda-feira, 11 de março de 2013

A nova história dos três porquinhos



Um lobo muito faminto andava pela floresta à procura de alimento. Em certa altura de sua fatigante caminhada, viu um mexe-que-mexe perto do brejo e ficou paralisado com o rabo espichado, assistindo o que acontecia.
— Ora, ora!!! Mas o que é isso? – pensou.
Três porquinhos, bem gordinhos e rosados, estavam construindo suas casas.
É que a mãe deles, a Dona Porca, havia lhes dito que já estava na hora de eles deixarem de morar com ela e seguir suas vidas independentemente. Então dividiu sua herança entre os três e cada um utilizou o dinheiro como bem desejou.
Torresmo, o porquinho mais velho, pensou em construir uma casinha bem simples, de palha mesmo, pois dessa forma, sobraria mais dinheiro para gastar nas lojas da cidade com roupas, assessórios da moda e jogos de videogame.
Barriga, o irmão do meio, fez quase a mesma coisa, mas em vez de querer muito dinheiro, preferiu guardar um pouco menos e construiu uma casa de madeira, que é mais resistente. Fazendo isso, teria um pouco de dinheiro para frequentar as baladas da floresta e se divertir com os amigos.
O mais sábio dos irmãos e mais novo membro da família, o Pururuca, nem quis saber de esbanjar dinheiro com roupas e festas e resolveu construir logo um casarão de tijolos e cimento, resistente à mais forte das tempestades.
Ao ver aquela cena, o lobo, babando de tanta fome, enxergou três presuntinhos suculentos trabalhando na construção de suas casas. Abanou a cabeça para voltar à realidade e começou a tramar um plano para encher sua pança que estava vazia há vários dias. Achou que se desse o bote naquele momento, poderia afugentar os porquinhos e continuar com fome. Resolveu, então, sair em busca de algo para forrar o estômago até as casas ficarem prontas.
Alguns dias depois, quando todo o trabalho dos porquinhos tinha acabado, o esfomeado lobo começou a sondar as redondezas para atacar os três irmãos. Viu que tudo estava muito quieto, pois já era noite, e se aproximou da casa de palha.
Encheu o peito e, com um poderoso sopro, mais potente que um furacão, fez palha voar para todo lado, pondo abaixo a casinha do pobre Torresmo. Quando a poeira e as palhas baixaram, não se viu nenhum porquinho, pois o mais velho dos irmãos não estava em casa. Estava na cidade fazendo compras com o dinheiro que havia economizado.
Desapontado e muito nervoso, o lobo posicionou-se em frente à casa de madeira e mais uma vez inflou os pulmões e, com toda a força de seu interior deu um soprão e desmantelou toda a casa do Barriga. Farejando para ver se encontrava o outro porquinho, deparou-se apenas com um amontoado de madeira. Barriga estava curtindo a noite do pijama na casa do gambá, do outro lado da floresta.
Não se contendo em fúria e fome, o bichão estufou os peitos, quase a ponto de explodir, e soltou todo o ar na direção da casa de tijolos, construída pelo Pururuca. Para a surpresa do porquinho, que estava tranquilo lá dentro, a casa começou a ruir e também logo veio ao chão. Os materiais de construção de hoje em dia já não são mais tão resistentes e o porquinho quase virou presunto nas garras do lobo.
Quase, pois, se não fossem as cabritas fofoqueiras da floresta contarem para a Dona Porca que o velho lobo estava rondando à procura de alimento, ela não teria chegado a tempo de salvar o Pururuca das garras da fera. Deu uma bela surra no lobo e o fez aprender a ficar longe de seus filhos.
Com isso, Dona Porca acolheu os porquinhos de volta em sua casa e nunca mais quis se separar deles, pois sabia que logo estaria velhinha e fragilizada e eles poderiam defendê-la do velho lobo mal. 

Escrito por Marcos R. Morelli

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