quarta-feira, 9 de julho de 2014

A influência indígena e africana na língua portuguesa


Você já percebeu que a nossa língua sofre alterações com o passar dos tempos? Imagine se Pedro Álvares Cabral, em 1500, quando chegou por aqui, em vez de “Terra à vista!”, tivesse gritado “Saca só a parada!”. Não foi bem assim, não é mesmo?! Até porque essa expressão só foi nascer quase 500 anos depois.  Durante esse longo período, muita coisa aconteceu. E muita coisa aconteceu também com a nossa língua.
Ao virem para o Brasil, os portugueses encontraram diversas tribos indígenas e todas elas possuíam suas línguas e seus dialetos (dialetos são pequenas diferenças que a mesma língua possui de um lugar para outro ou de uma tribo para outra). Não existia nenhum português tradutor das línguas indígenas e nenhum indígena tradutor da língua portuguesa. Era muita confusão. Havia brigas entre eles e um dos motivos era a falta de entendimento por causa dos idiomas.
A convivência entre esses dois povos permitiu que os portugueses incorporassem palavras das línguas indígenas à língua portuguesa, tanto para relações comerciais, quanto educacionais e religiosas. E com isso ela foi se transformando, ganhando novas palavras, perdendo outras e ficando cada vez mais diferente do idioma falado em Portugal. Os colonizadores passaram a entender o que era jacaré, abacaxi e peteca.
Alguns anos mais tarde, começaram a chegar africanos escravizados para trabalhar nas casas dos colonos portugueses e nas fazendas de café. Adivinhe o que acontecia. Mais uma vez a língua era um problema entre eles. Então, conforme o tempo passava, assim como os indígenas, os africanos também foram “emprestando” palavras à língua portuguesa, que se tornava a língua oficial do Brasil, facilitando, assim, a comunicação entre os brancos e os negros. Palavras como bagunça, fubá e caçula são herança deles.
Portanto esses “empréstimos linguísticos” que outros povos fizeram ao nosso idioma, tornando-o tão rico, não ocorreram por acaso.  A necessidade social de comunicação que ocasionou tantas mudanças sempre existiu. Bastou uma cultura entrar em contato com outra para comprovar que a língua é uma ferramenta viva e exclusiva de um único ser: o ser humano.



Escrito por Marcos Morelli

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