Um homem cinquentenário e uma mulher nonagenária. Ele, rude e ignorante. Ela, doce e intelectual. Os dois mostram que uma amizade improvável não é impossível. Minhas tardes com Margueritte, de Jean Becker, inspirado na obra de Marie-Sabine Roger, conta a bela história de German (Gérard Depardieu) e Margueritte (Gisèle Casadesus).
De um encontro em uma praça, surge uma amizade que muito facilmente viraria clichê, não fosse o talento da tríade atriz, ator e diretor. O elo dos encontros é a literatura. Apesar de sua rudeza, German abre seu coração para o mundo desconhecido das letras e se encanta pela obra que a nova amiga lhe apresenta. Em troca, ela ganha mais que uma simples companhia para suas tardes solitárias, um amigo.
Além dessa amizade, conhecemos os dramas familiares de ambos:
German nunca conheceu o pai e vive uma relação conturbada com a mãe. Margueritte
mora em um lar de idosos e só recebe esporadicamente a visita de um sobrinho
que vive em outro país.
Assim como na vida, o filme mostra alegrias e tristezas, belezas
e horrores e tantas outras dualidades que
fazem parte da nossa condição humana. O que mais impressiona é como uma temática
simples, que não exige um desempenho extraordinário dos atores, seja tão fácil
de cair nos nossos braços e impossível de cair no nosso esquecimento: uma obra
prima.
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